29 novembro 2006

infância plena


Como uma criança que caminha,

Numa praia a contemplar o chão,

A fim de não perder as conchas da visão

Para colocá-las num colar feito de linha.

Não está atenta aos peixes e espinhas;

Pisa sem perceber sua própria distração,

Somente cata as conchinhas repetindo o refrão:

Peguei sozinha, essa concha é minha!

Assim como ela eu me vejo,

Catando os sonhos e pondo em um cordel,

Ou cordão, qual seja o teu desejo.

É como agarrar nas tranças do véu,

E rasgar com a audácia de um percevejo,

Para, lá dentro, buscar lápis de cor e papel.


("Infância Plena"-Cronemberger Jr.)

depois da crise...

Hahaha!
Momento único, compartilhado...amigos!!!
Salve!!!

Uma voz doce a quase sussurar nos ouvidos, forte, determinada...Sucesso Carla, o mundo te espera....

No teatro da vida..palcos, atores coadjuvantes, outros, principais, destaques, é..., a noite tem disso, uma magia inexplicável, onde o lado mais mascarado fica nú...pelo menos as coisas são o que parecem ser, reais.

Paz e bem!

24 novembro 2006

grande dia, grande hora


29? aconteceria a crise dos quase 30? hehehe

Não, definitivamente não! É agora, encarar a idade que se tem...pensar no que já se viveu e em tudo que viverá, desejar, sonhar, refletir, resgatar, lembrar...sentir saudades,é, isso faz parte também... imaginar em como seria se tudo tivesse sido diferente...

E ver que o melhor é tudo que se viveu até agora, valeu...e vale ainda, é muito bom!

Tenho pessoas ao meu redor que amo muito, família, amigos...e uma das melhores coisas, sem dúvida, é o meu filhote!


Brindo à vida, aos amores, as amizades...

Brindo aos meus 29 anos!!!


Agradeço ao carinho de todos!

Grandes beijos e abraços!

23 novembro 2006

comemoração


Amigos...

Um lugar aconchegante e uma boa música é onde estarei comemorando meu aniversário na terça-feira, dia 28/11, ao som de uma bela voz...Carla Renner.
Na Casa de Lou Lou, Rua Mariante, 170, à partir das 21h. (mais info: 3222.0057)
Espero todos lá.


Beijos, Monique.

22 novembro 2006

tá quase...

24 de Novembro é o 328º dia do ano no calendário gregoriano (329º em anos bissextos). Faltam 37 para acabar o ano.

Eventos históricos

496 - Eleição do Papa Anastácio II.
642 - Eleição do Papa Teodoro I
1631 - A cidade de Olinda é incendiada pelos holandeses
1642 - O explorador neerlandês Abel Tasman avista a ilha que anos mais tarde adotaria nome em sua homenagem (Tasmânia)
1848 - Risorgimento: Papa Pio IX, disfarçado, fugiu para Gaeta, fortaleza localizada no Reino das Duas Sicílias
1859 - Publicado pela primeira vez o livro A Origem das Espécies, do naturalista britânico Charles Darwin
1927 - Eclipse solar total é visto no norte da Inglaterra e em Gales
1953 - Almino Afonso é elevado à categoria de município
1967 - Marechal Castello Branco promulga nova Constituição legitimando o governo militar no Brasil
1977- EU NASCI, hehehehe!!!
1980 - Proclamado o Parque Nacional do Lago Malawi
1992 - A Bandeira do Tadjiquistão é adotada por seus nacionais
2006 - Conforme estimativas do censo mundial, em 26 de novembro desse ano, o numero de seres humanos sobre a superficie da terra atingirá a sifra record de 6.666.666.666 unidades.

Fonte: wikipédia

20 novembro 2006

a sempre menina mulher de sagitário


Existe dois tipos de sagitariana: as passivas e fracas que aceitam tudo sem levantar a cabeça, e as ORIGINAIS! Se o seu caso é o primeiro, não perca tempo lendo esta matéria.


Nem sempre ela dirá coisas que você quer ouvir. Na maioria das vezes , ela vai deixa-lo arrepiado com suas observações desconcertantes e francas. Mas de vez em quando dirá coisas tão maravilhosas que vão faze-lo dançar de felicidade.
Ela talvez seja um pouco franca demais porque vê o mundo tal como ele é.
Ela não gosta de mentiras, e dificilmente alguma mulher de sagitário costuma mentir. A menos que tenha um ascendente em capricórnio, esta mulher dificilmente conseguirá convencer as pessoas quando estiver contando uma mentira. E a gente tem que admitir que isto é uma ótima qualidade, não é?
As sagitarianas são muito independentes, e ambos os sexos mantém uma certa distância aos laços familiares.
Quando quiser que ela faça algo, peça-lhe. Não tente mandar nela. A técnica dos homens das cavernas não funciona com esta mulher. Ela não nasceu para ser mandada, odeia ter que receber ordens e abomina todo homem que tente aprisiona-la. Ela gosta de ser protegida, mas não gosta de ser mandada. Se nem mesmo seu pai consegue domina-la, não vai ser qualquer um que vai achar que pode lhe dar ordens!
A sagitariana não é de abrir mão da própria personalidade e da independência por homem algum. Deve ser por isso que as sagitarianas -logo atrás das aquarianas, - representam o maior numero de mulheres divorciadas!
Quanto mais nervosas ela fica, mais sarcástica e cínica se torna.
A sagitariana pode manda-lo para o inferno com um grande sorriso nos lábios e ainda ridiculariza-lo na frente de todos, como se estivesse se divertindo. Ela tem esta capacidade de torna-lo o bobo da côrte, e ainda sair por cima como se nem tivesse sentido a força de suas ofensas.
Mas nem sempre ela será tão "amável" assim, quando estiver realmente irritada. Enfrentar a raiva desta mulher não é a melhor coisa do mundo. Como todo sagitariano(homem ou mulher) ela não é de armar o barraco, mas se resolver faze-lo é melhor se esconder até a tempestade passar.
Afinal, não é prudente brigar com um signo que é metade gente, metade cavalo, e a metade humana ainda está armada!
Feliz daquele que tem a sorte de ter uma mulher de sagitário como amiga.
Ela alegrará suas festas, será sua melhor confidente e sempre estará ao seu lado quando todos seus amigos tiverem abandonado o barco. Ela é tão generosa, paciente e atenciosa com todos os amigos, que seu telefone dificilmente fica muito tempo sem tocar. Se repararem bem, a maioria das sagitarianas sempre recebem telefonemas de amigos que nunca conseguem esquece-las, mesmo que estejam distantes.
Ela é uma das poucas mulheres que costuma ter amigos de infância. Sim, eu disse amigos. Os mesmos que rolavam com ela na rua enquanto jogavam bola, e que um dia perceberam que aquela garota com jeito desajeitado de moleque, que andava descalça, um dia se tornou uma linda mulher.
Tentem reparar em uma sagitariana andando. Vejam como a maioria costuma andar com o nariz empinado, parecendo um cavalo puro sangue. Vejam como ela é uma mulher elegante e confiante, mesmo quando tropeça e sai derrubando tudo pelo caminho! Sim, a coisa mais dificil de encontrar é uma sagitariana que não seja um pouco desajeitada.
Também costuma ter uma atitude um tanto displicente em relação a envolvimentos amorosos, o que pode levar algumas pessoas a achar que é uma mulher fria e insensível.
Puro engano! Ela se emociona ao assistir um filme triste e sonha com você durante as noites em que estiver solitária, mesmo que nunca confesse isto. É possível que ela tenha guardado todos os bilhetes de amor que você escreveu, restos de flores que enviou e a primeira entrada do cinema que foram juntos.
Mas não espere ver este seu tesouro tão cedo! A sagitariana não gosta de revelar seus segredinhos de amor. Deixar que você veja estes segredos é assumir que está apaixonada. E ela odeia sentir-se fragilizada!
Quando este romance acaba, por dentro ela pode estar chorando, mas responderá com tanta inteligência e habilidade as perguntas dos amigos, que todos pensarão que tudo não passou de um simples namorico de verão. Mal sabem como ela pode estar arrasada por dentro.
A idade realmente não importa quando o assunto é a sagitariana. Elas permanecem meninas mesmo quando envelhecem.
E elas adoram ser tratadas como meninas sapecas que não param no canto, sempre prontas a correr na rua com os garotos! E, é esta alegria de viver, este eterno otimismo que enfeitiçam os homens de bom gosto! Nenhuma mulher pode ser tão apaixonada pela vida quanto a sagitariana, e transmitir este amor por todos os cantos por onde passa.
Estar ao seu lado é viver o bom humor e acreditar no futuro. Não importa que ela tenha milhões de amigos que ocupam grande parte do seu tempo, nem que passe o tempo todo planejando viagens ou sonhos que ainda quer realizar.
Amar uma mulher de sagitário é recompensador e nunca é monótono. Não importa que ela não tenha aprendido a dizer o quanto te ama, para ela isto é difícil.
Como já tive a felicidade de estar apaixonado por duas sagitarianas, sei que a melhor maneira que elas tem para demonstrar o que sentem, é pela a ação. Nenhuma mulher beija tão gostoso ou erradia tanta vida e alegria quanto um anjinho de sagitário que chegou a conclusão - após passar várias noites em claro - de que o que sente por você não é amizade, mas amor!
E, quando as setas do arqueiro penetram em nossos corações, não ha magia no mundo que possa nos livrar do poder do amor de uma sagitariana!



17 novembro 2006

gre-nal

GRE-NAL!!!

Gui e Helô, razão de felicidade?? Muiiiiiitas

14 novembro 2006

corpos e bocas

corpos,
sós,
nus,crus...

bocas,
sós,
nuas, cruas....

corpos e bocas
juntos,
nus, crus...

moni 14/11/06




noite secos & molhados


Hoje tem Projeto Noite Secos & Molhados.

No 8 1/2 Bar, à partir das 23:30.

Não perca! É sensacional!!!


13 novembro 2006

secos & molhados



Secos & Molhados 1973

Um dia acordamos e ouvimos um som, parecia estranho pois não sabíamos se a voz daquele artista era de homem ou de mulher, especulações a vista, na televisão assistimos uma apresentação das mais extravagantes possíveis, afinal o que era aquilo que tanto nos encantava, de onde vinham aqueles seres? E aqueles requebrados? Esquisito, era o que diriam alguns mais conservadores, outros também torciam o nariz, a sociedade não estava preparada para tamanha ousadia, mas que importa! O som era maravilhoso e estava ali, pronto para mudar os nossos destinos, reformar conceitos, e abrir caminhos para as mudanças de pensar e agir da famosa e tradicional família brasileira.

Foi assim há mais de 30 anos em 1973 quando o mundo parecia cair nas nossas cabeças, quando o sonho já tinha irremediavelmente acabado, que um bando de jovens, não tão jovens assim, resolveram transgredir os padrões estéticos e comportamentais fazendo uma musica que caía de maneira suave em nossos ouvidos, pulsava o coração, nos fazia rir, chorar, dançar e pensar que podíamos sim, revolucionar, sermos alienígenas em nosso país, causando um impacto profundo em todos nós, e fazendo-nos mais felizes.

Secos & Molhados, esse era o nome do cometa que cruzou os céus do Brasil e de nossa música popular em plena época de bombas detonadas por todos os lados.

Esses heróis tinham nome e chamavam-se Ney de Souza Pereira, que o mundo artístico rebatizou de Ney Matogrosso, nascido em Bela Vista, Mato Grosso em 1 de agosto de 1941, Gerson Conrad, paulistano, nascido em 1952 e por fim João Ricardo Carneiro Teixeira Pinto, nascido em Ponte do Lima, Portugal, mas brasileiro como qualquer um de nós. Juntos essa turma resolveu fazer um novo som, e com eles um visual moderno, totalmente diferente de tudo que se fazia na época, roupas coloridas exóticas, uma maquiagem multicolorida, adereços e desenhos no corpo, e ainda mais o rebolado sensual de Ney Matogrosso dono de uma voz absolutamente desconcertante e jamais vista na música brasileira. Foi um delírio, da noite para o dia as apresentações do grupo enchiam os teatros, todos queriam ver e ouvir aqueles rapazes e dançar embalados por sua música.

Um cometa estava iniciando sua trajetória na música popular brasileira e iria deixar marcas profundas de sua passagem. Dos palcos para a gravação do primeiro disco foi um passo, afinal o público já estava garantido nos shows, faltava somente as paradas de sucesso nas rádios e TVs. Entre maio e junho de 1973 gravaram pela Continental seu primeiro LP, intitulado Secos & Molhados, e no mês de agosto o disco já estava nas lojas, encartado numa capa dupla de alto luxo para época com as letras e fichas técnicas de todas as canções. Imediatamente não se ouvia outra coisa em todo o Brasil, todos cantavam e tentavam imitar a voz e os trejeitos de Ney Matogrosso, ao som de "Sangue Latino", música de João Ricardo e Paulinho Mendonça, que abria o LP e já deixava claro sua mensagem nos versos "Rompi tratados, traí os ritos, quebrei a lança, lancei no espaço, um grito um desabafo, e que me importa é não estar vencido" O disco trazia ainda "O Vira", hino de uma época, e que se tornou música de todas as gerações, afinal quem não cantou esses versos:


O gato preto cruzou a estrada,

Passou por debaixo da escada

E lá do fundo azul na noite da floresta

A lua iluminou, a dança, a roda a festa


Vira, vira, vira

Vira, vira, vira homem

Vira, vira Vira, vira lobisomem


Bailam corujas e pirilampos

Entre os jardins e as fadas

E la no fundo azul na noite da floresta

A lua iluminou a dança, a roda, a festa.


Vira, vira, vira

Vira, vira, vira homem

Vira, vira Vira, vira lobisomem.


Num casamento perfeito a poesia de Vinicius de Moraes encaixa-se magistralmente na melodia de Gerson Conrad e muitos se emocionam com a "Rosa de Hiroshima". Inovações não faltam e Ney Matogrosso em vários momentos atinge a perfeição vocal como por exemplo, em "Fala" de João Ricardo e Luli. O disco dos Secos & Molhados representa um dos pontos máximos do Rock Progressivo brasileiro, um marco histórico de renovação estética em nossa música popular com uma ousadia até então não tentada e com toques de genialidade como em "O patrão nosso de cada dia", e muita descontração em "Assim assado" e "Mulher barriguda".

Desse modo ao longo dos anos vivemos e ouvimos este som maravilhoso, este disco inesquecível, este sonho lindo e passageiro, referencia de uma época em que ousar era muito difícil, mas que eles conseguiram com sua música e com seu talento ultrapassar a barreira do tempo sem envelhecer e se comunicando de maneira plena com as novas gerações.

Luiz Américo Lisboa Junior

10 novembro 2006

é...

Assim como há flores em todas as estações, também há loucuras em todas as idades.
(Jouy)

08 novembro 2006

zumbira e os palmares


Hoje show Pré- Estréia do CD RockSamba.

Zumbira e os Palmares

no Manara Pub, à partir das 23h.



o som é sagrado...

O bater do tambor, o sopro da flauta, o toque do sino e do gongo.
Em cada ritual, os instrumentos musicais abrem portas para a elevação da consciência.
Corpo, mente e espírito se revigoram com esses sons celestiais.

A música toca o coração de diversas formas, trazendo alegria, tristeza, melancolia, euforia. E essa força transformadora se amplifica por meio dos instrumentos sagrados, presentes nos rituais religiosos desde tempos remotos. Esses sons, sim, têm poder. Batidas de tambores e toques de gongos, repetidos sucessivamente, elevam o espírito e conduzem o ouvinte a estágios alterados de consciência, como transes e estados meditativos. Ao apaziguar, promovem o bem-estar físico e mental. Esse conhecimento já era compartilhado pelos xamãs, uma mistura de sacerdote, feiticeiro e adivinho que curava e afastava os maus espíritos usando a música. Os antigos reconheciam nos sons remédios para os males do corpo e da alma. Há cerca de 2,5 mil anos, o filósofo grego Platão proclamava seus efeitos terapêuticos, frisando a virtude deles ao aprimorar o caráter, a saúde e o raciocínio. No âmbito do sagrado, esse vigor é ainda maior. O som do instrumento ritualístico faz parte de uma experiência coletiva, enraizada no imaginário dos povos. Embora cada ouvinte reaja de maneira particular, as vibrações unem os indivíduos em sua essência mais primitiva, além do intelecto. Nesses objetos, formatos, materiais e jeitos de serem manipulados contribuem para um tipo de efeito em nível inconsciente. “Como os sinos das igrejas, que, segundo o toque, agregam ou dispersam os fiéis”, explica a musicoterapeuta Ana Carla Estevez Balthazar. Diferente da música linear, em que acordes se encadeiam formando a melodia, os sons sacros são longos, repetitivos e retomam a nota fundamental. Por isso, ajudam a mente a se desligar do mundo externo. Conheça a seguir instrumentos sagrados de várias doutrinas.


NA BATIDA DO TAMBOR, A VIAGEM DO XAMÃ
No xamanismo, um conjunto de crenças originado há milhares de anos, centrado na figura do xamã, o toque do tambor representa o pulsar do coração da Mãe Terra, um som primordial que reverbera no inconsciente de cada pessoa.“Esse instrumento é o meio de transporte dos iniciados para outros níveis de consciência por meio do qual são feitas as viagens de autoconhecimento e cura”, explica Vânia Corveloni, terapeuta do Paz Géia Instituto de Pesquisas Xamânicas, de São Paulo.“Por isso, chamamos o tambor de cavalo do xamã”, completa Carminha Levy, psicóloga e fundadora do instituto. Feitos de madeira e pele, os tambores provocam alterações no sistema nervoso e conduzem ao transe, de acordo com o toque.“O som ativa uma região cerebral que guarda nossas memórias ancestrais e os arquétipos, imagens psíquicas compartilhadas por toda a humanidade”, salienta Carminha Levy. Nas viagens conduzidas ao som do tambor, a expansão da percepção e da sensibilidade traz sensação de apaziguamento e bem-estar e, alguns acreditam, atenua até males físicos. Cada instrumento é confeccionado especialmente pelo xamã.O couro, a madeira, as penas usadas como enfeites, tudo é escolhido segundo a intuição e consagrado em rituais e preces, conta Vânia Corveloni.O resultado é sempre único, inclusive em termos de sonoridade.“Às vezes, faço dois tambores do mesmo tamanho e material, e os timbres resultam completamente diferentes”, afirma. Nos rituais, os xamãs batem o tambor não apenas com a baqueta mas também com o maracá, outro instrumento com funções mágicas. “Além de afastar a negatividade, o som do chocalho reúne pedacinhos de nossa alma que ficam perdidos no dia-a-dia, em meio a mágoas, traumas e doenças”, diz a terapeuta.

O GONGO CHINÊS CONVOCA OS SERES ILUMINADOS
Chamado ta tching, o gongo de metal é um instrumento central do cerimonial do budismo chinês – essa religião, de origem indiana, fundada pelos seguidores de Buda, chegou à China mais de 2 mil anos atrás.Em formato de uma grande tigela, é bem diferente do disco metálico popularmente conhecido por gongo chinês, presente inclusive em orquestras sinfônicas. Para batê-lo, usa-se um bastão de madeira e borracha. O toque do ta tching assinala o início das cerimônias budistas.“São geralmente três batidas, e a cada uma delas acende-se um incenso”, conta o mestre Hui Hou, do Templo Zu Lai, de Cotia, em São Paulo, orientador pedagógico da universidade local. Esse som profundo e solene, segundo Hui Hou,“comove e pacifica o espírito de quem o escuta”. E também convida os seres celestiais, como os budas e bodisatvas, a se reunir e participar dos cultos.Eles, por sua vez, têm diversas finalidades no cotidiano dos templos e centros budistas: homenagear e atrair bênçãos de seres iluminados, fazer oferendas e celebrar o amor, a compaixão e o arrependimento, que estão nos fundamentos da filosofia.“Nessas ocasiões, tocar o instrumento representa uma enorme responsabilidade, reservada apenas ao religioso que vai conduzir o ritual”, completa Hui Hou.

JACUÍ, O SOPRO MÁGICO INDÍGENA
Apesar dos diferentes costumes entre as tribos, os índios brasileiros de modo geral consideram os instrumentos musicais como meios de ligação com o mundo espiritual. “Flautas, maracás e tambores são usados nos rituais tanto para exorcizar espíritos malignos como para curar doenças e atrair a proteção para a aldeia”, explica o artista plástico Walde-Mar, pesquisador e coordenador do Centro de Informação da Cultura Indígena (Cici), de Embu das Artes, em São Paulo. Entre esses objetos mágicos, o jacuí aparece como o traço comum entre os grandes grupos étnicos da região do Alto Xingu – aruaque, karib e tupi –, no Mato Grosso. A flauta, feita de madeira, com duas partes unidas com cera de abelha e embira (a casca de um cipó chamado embé), tem a faculdade de evocar proteção e boas energias para a tribo. Seu sopro acorda os bons espíritos que habitam o fundo dos rios – onde as flautas recém-confeccionadas têm de descansar para então serem vedadas com cera. “Nos rituais, antes de tocado, o jacuí recebe sempre um banho de água limpa”, lembra Walde-Mar. Como usar a flauta é privilégio masculino, ela deve ficar bem escondida, embalada em esteiras de palha, na oca do dono. Ou então ser guardada na habitação coletiva que abriga os jovens solteiros. As índias podem ouvir o sopro do jacuí, mas nunca ver o instrumento, segundo Walde-Mar. “Uma mulher flagrada olhando para ele costuma ser severamente castigada”, conta o estudioso. Diz a lenda que, em tempos míticos, os homens roubaram das mulheres os instrumentos musicais, símbolos de poder. A partir daí elas foram condenadas a participar também dos trabalhos pesados da aldeia, como fazer as colheitas e carregar a lenha.

SINOS TIBETANOS CURAM E APAZIGUAM
Repletos de símbolos, os instrumentos musicais são objetos ritualísticos de vital importância no budismo do Tibete, outra vertente da religião nascida na Índia com base nos ensinamentos de Buda. Sinos, tambores e chocalhos, feitos de ligas de metal (especialmente bronze), desempenham funções distintas nos ritos. Cada som canaliza um tipo de energia sutil. Por isso, os instrumentos são usados de formas diferentes em bênçãos, festas e cerimônias fúnebres, limpando o ambiente ou evocando os seres espirituais”, conta o lama Karma Zopa Norbu, fundador do centro de estudos e práticas budistas Jardim do Dharma, em São Paulo. Acredita-se que muitos desses instrumentos são tão antigos quanto o próprio budismo. Alguns servem especificamente para invocar entidades masculinas (caso do tambor damaru) e outros apenas as femininas (como os sinos), segundo o lama. O milenar conhecimento do poder dos sons também é explorado com fins terapêuticos.Ao mexer profundamente com o corpo e a mente, as vibrações de sinos e címbalos, por exemplo, estimulam a meditação e trazem o bem-estar. Sozinhos ou em conjunto com exercícios e vocalizações de mantras, ajudam a aliviar tensão, depressão, fobias e medos.“Ouvi-los acalma e induz ao relaxamento profundo”, diz Zopa Norbu. Pesquisas mostram que esses sons diminuem até o nível da pressão sanguínea. Em algumas terapias, tais objetos são colocados diretamente sobre a pessoa a fim de alinhar os chacras (os centros de energia do corpo, segundo as filosofias orientais).

Texto extraído da revista Bons Fluídos - julho/2006

03 novembro 2006

tempo


Para sempre é muito tempo. O tempo não pára!

Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo... (Mário Quintana)


O tempo é um ponto de vista.

Velho é quem é um dia mais velho que a gente... (Mário Quintana)

01 novembro 2006

confiança

O que é bonito neste mundo, e anima,

É ver que na vindima

De cada sonho

Fica a cepa a sonhar outra aventura...

E que a doçura que se não prova

Se transfigura

Numa doçura

Muito mais pura

E muito mais nova...

(Miguel Torga)